Depois dos Fariseus, naquele mesmo dia, foi a vez dos saduceus testarem a Jesus. Mateus, antes de seguir com a história, deixa claro que os saduceus não criam na ressurreição, e sua pergunta a Jesus nos deixa claro que o objetivo deles era ridicularizar a crença na ressurreição. Primeiramente, os saduceus, que erroneamente acreditavam que o Pentateuco possuía mais elevado valor do que todos os outros livros do Antigo Testamento, iniciam sua pergunta citando uma lei que foi passada ao povo por Moisés, para dar peso a sua argumentação. A questão era: se era lei de Deus que um homem que morresse sem deixar descendência deveria ter sua esposa desposada por seu irmão, depois de sete casamentos, de quem tal mulher seria esposa no céu, já que certamente não poderia ser esposa de todos?
Jesus, conhecendo a intenção de seus corações lhes dá uma resposta à altura, primeiramente, afirmando que eles não possuíam o conhecimento das Escrituras nem do poder do Deus que eles diziam adorar, já que não acreditavam na possibilidade de ressurreição de mortos. Além disso, Jesus diz que nos céus, os homens serão como os anjos (nos quais os saduceus também não criam): “nem casam, nem se dão em casamento”. Ora, qual seria a lógica de haver casamento nos céus se o matrimônio foi criado com os objetivos de que um casal pudesse se auxiliar mutuamente no crescimento espiritual um do outro e de perpetuar a raça humana na terra, gerando herdeiros da aliança? Afinal, no céu, não teremos nossos corpos glorificados? Não seremos livres da presença do pecado? Não terá Deus chamado à sua eterna companhia os que ele predestinou, para que houvesse a necessidade de procriação no paraíso?
Jesus continua sua resposta aos saduceus dizendo que Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois ele mesmo havia declarado ser o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o Deus de Jacó. Interessante que Abraão, em Gênesis 22 - um dos livros que os saduceus tinham em alta conta em relação ao resto do Antigo Testamento – ao receber ordem divina de sacrificar a Isaque, “aquele que alegremente acolheu as promessas”(Hebreu 11.17), mostrou crer “que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos, de onde também, figuradamente, o recobrou”(verso 19). Enquanto isso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina, que confirmava a esperança que muitos ali certamente possuíam.
Fica muito claro que os saduceus na verdade não tinham conhecimento algum da Palavra de Deus, e queriam apenas ridicularizar a crença na ressurreição, que é a grande recompensa que será entregue a todos os crentes por toda obra que Cristo realizou por eles, que é a grande esperança de todo aquele que crê na existência do Deus vivo e que tem a Jesus como seu Senhor e Salvador! Certamente, como Paulo muito bem disse algumas décadas depois: “Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida somos os mais infelizes de todos os homens” I Coríntios 15.19.
“Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (I Coríntios 15.20)! Que bom que nosso Deus não é Deus de mortos, mas de vivos! Como é maravilhoso crer que há ressurreição, que nossa existência não se limita a esta vida, que viveremos durante toda a eternidade sem a presença do pecado, e habitaremos seguros, junto a nossos irmãos em Cristo, com quem desfrutaremos de momentos preciosos de adoração sem fim ao nosso Deus!
Lucas Quaresma
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