Após Jesus entrar na cidade de Jerusalém, ele se dirige ao templo, e lá encontra mercadores, homens que vendiam tanto bois, quanto cordeiros e pombas. Esses animais estavam sendo vendidos para que os judeus os sacrificassem como oferta por seus pecados, porém, os preços exigidos eram extremamente altos, os vendedores extorquiam o povo cobrando preços exorbitantes e exagerados. Além disso, os comerciantes tinham concessão dada pelos sacerdotes para vender naquele local, pela qual pagavam generosamente, o que certamente indica que os vendedores e a casa sacerdotal eram sócios nesse negócio.
A revolta de Jesus frente a essa profanação é, portanto, justa e serve de exemplo do zelo que devemos ter para com a casa de Deus. Não há nenhum misticismo aliado a esse zelo. Porém, um lugar separado para a adoração do Deus Santo não pode servir de covil de salteadores e ladrões! Jesus, portanto, exige reverência, castigando e expulsando aqueles que profanavam a Casa de Deus, repreende duramente as atividades comerciais ilícitas (no caso, extorsão) e nos mostra que devemos agir com coragem e firmeza frente a qualquer tipo de irreverência contra o que é sagrado.
Após purificar o templo, e expulsar dali os que profanavam a casa de Deus, Cristo passa a receber e curar os necessitados. Mateus nos diz que cegos e coxos entravam no templo e Jesus, mostrando sua misericórdia, seu poder e sua bondade, curava a todos que se achegavam a ele. Os sacerdotes e escribas, porém, tomados de inveja questionaram Jesus a respeito do louvor que era dado a ele por meio das crianças ali presentes. Após repreender duramente os comerciantes que profanavam o templo, aqueles homens provavelmente esperavam que Jesus exortasse da mesma forma aqueles meninos que supostamente “blasfemavam”. O problema em questão é que de fato, Jesus não só merecia, como deveria receber o louvor! Ele era Filho do Deus vivo, o Verbo encarnado, mas os sacerdotes e escribas, cegos para as verdades espirituais não viam isso. Jesus, porém, os responde, dizendo que até da boca de pequeninos Deus tira o perfeito louvor, indicando àqueles homens que Ele era o Senhor do templo e era merecedor de todo louvor e adoração.
No dia seguinte, Jesus sentiu fome, viu uma figueira e foi até ela para colher dela frutos, para saciar sua necessidade física. Mateus nos conta, porém, que aquela árvore vistosa não possui frutos. Como os sacerdotes e escribas que o questionaram a respeito da adoração que Ele recebera, aquela árvore era capaz de enganar qualquer um que a visse de longe. Porém um olhar mais cuidadoso, poderia revelar uma verdade decepcionante a respeito dela: a falta de frutos! Assim como aqueles homens, que aparentavam santidade e zelo por Deus, aquela árvore apresentava apenas indicativos de que havia frutos. Como William Hendriksen comenta: “Rica de folhas, porém carente de frutos. Febril de atividade religiosa, porém insincera e destituída de verdade. Ao amaldiçoar a figueira e ao purificar o templo, Jesus realizou dois atos simbólicos e proféticos, com um único significado. Estava predizendo a queda do Israel estéril. Não que tivesse ‘acabado com os judeus’, senão que no lugar de Israel iria estabelecer-se um reino internacional e terno, uma nação que não só produzisse folhas, mas também frutos, e que fosse formada tanto de judeus quanto de gentios”.
Que Deus nos abençoe e nos permita ser firmes quanto à reverência a Casa de Deus e nos ajude não produzir apenas folhas, mas também frutos, e assim, glorifiquemos a nosso Pai celeste.
Lucas Quaresma
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