O primeiro versículo deste trecho traz algo bastante interessante: após Jesus repreender o escriba dando a ele ciência das dificuldades que não só Cristo, mas que consequentemente seus seguidores também enfrentariam (v. 20), entrando ele no barco, os discípulos o seguiram. Muito provavelmente cada um deles analisou em seus corações o quanto valia ser discípulo de Cristo, e viram que realmente valeria a pena não ter onde reclinar a cabeça por causa do Filho de Deus.
Neste mundo, certamente enfrentaremos dificuldades e seremos afligidos por causa da Palavra de Deus. Além disso, se até mesmo Jesus, que jamais foi achado em falta (porque nunca cometeu alguma), foi perseguido e morto como um criminoso, o que não farão com seus discípulos? “Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?” (Lucas 23.31). Que Deus nos conceda a bênção de diariamente avaliarmos o quanto vale seguir a Cristo, e que, como os discípulos, certos de que sofreremos todo tipo de afronta por causa dele, alegremente sigamos o exemplo descrito no verso 23.
A sequência do texto nos mostra que o barco em que Jesus estava foi ”varrido pelas ondas”, graças a uma tempestade que acometeu o mar da Galiléia, e que Jesus, apesar da tormenta que seu barco enfrentava, dormia tranquilamente. Os discípulos, experientes pescadores que provavelmente conheciam aquele mar e já haviam enfrentado outras tempestades (talvez não tão fortes quanto aquela), estavam amedrontados e foram clamar a ajuda de Jesus. Apesar dessa atitude de pedir socorro a Jesus, mesmo após presenciarem muitas curas operadas por Cristo, os discípulos não acreditavam que ele seria capaz de livrá-los daquela situação, como o verso 27 nos mostrará. O aparente desespero na fala dos discípulos dá a entender que não havia mais nada a se fazer para salvar os que estavam no barco. Jesus, porém, repreende os discípulos chamando-os de “homens de pequena fé”. Em seguida, ele repreende o mar e o vento, que cessam imediatamente (Lucas 8.24), trazendo grande bonança.
Interessante notar que mesmo depois que os ventos de uma tempestade cessam, as ondas “continuam agitadas por um bom tempo, subindo e baixando como que indispostas a seguir o exemplo das correntes de ar acima delas” (William Hendriksen, Mateus Volume 1), o que torna este milagre ainda mais impressionante, pois mostra o controle total e completo que Jesus tinha sobre a natureza.
Os homens, maravilhados, “se perguntavam” quem era aquele que até os ventos e o mar lhe obedeciam. Mas porque eles estavam tão impressionados com aquela demonstração do poder de Jesus? Os profetas não haviam dito o suficiente a respeito de Cristo para que os judeus acreditassem que ele realmente era o Filho de Deus? Os milagres que já haviam sido realizados por Cristo não eram o suficiente para que os discípulos tivessem fé irrestrita nele? Como Cristo disse anteriormente, até mesmo seus discípulos eram homens de pequena fé!
Parece incrível como que mesmo depois de ouvir tantas profecias a respeito de Cristo, e de ver com os próprios olhos Jesus realizar sinais e maravilhas, tantos judeus não creram que ele realmente era o Filho de Deus. Isso prova o quão cegos espiritualmente nós somos e como nada que possamos fazer por nós mesmos poderia nos garantir morada junto ao Pai. Graças a Deus que por seu filho, somos despertados para o evangelho da salvação e através de sua morte, somos aceitos na presença de Deus.
Lucas Quaresma
Ótima reflexão!!! E que em resposta a essa graça maravilhosa e imerecida possamos viver nossas vidas para Cristo!!
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