sexta-feira, 27 de junho de 2014

Mateus 15.29-39

       Chegamos agora ao final do capítulo 15. Logo no início desse trecho, podemos direcionar nossa atenção a três questões:

       A primeira delas é a discrepância entre os esforços feitos pelas pessoas para curar doenças físicas e os esforços para curar suas almas. Muitas dessas pessoas viajavam muitos quilômetros a fim de vir até Jesus e ter suas enfermidades curadas. Entretanto não há razão para admirarmos essa atitude. Aquelas pessoas viam a saúde como a maior de todas as bênçãos terrenas. A dor que elas sentiam era a pior provação que elas poderiam suportar. Observando esse cenário, não podemos nos esquecer de que as nossas almas estão muito mais enfermas do que os nossos corpos. Nossas almas são afligidas por uma enfermidade com raízes muito mais profundas e complicadas – elas foram atacadas pela praga do pecado. Precisamos obter a cura eficaz e, caso contrário, pereceremos para sempre. Será que estamos conscientes de nossa enfermidade espiritual? A grande maioria da humanidade não tem essa consciência, uma vez que os seus olhos estão cegos e são totalmente insensíveis ao evangelho. Feliz é o homem que já se deu conta da depravação de sua alma! Esse não medirá esforços para buscar o Senhor Jesus e obedecê-lo. As dificuldades desse mundo lhe serão insignificantes ao ver que, quanto a sua alma, a própria vida eterna está em jogo.

       A segunda questão é a incrível facilidade e poder com que o nosso Senhor curava a todos os que lhe eram trazidos. Não existe mal do coração que Cristo não possa curar, não existe problema espiritual que Ele não possa solucionar. Quando Ele envia o seu Espírito Santo sobre uma pessoa, toda incredulidade e câncer da carne e do espírito se esvaem. Ele e somente Ele pode abrir os olhos e o entendimento de um homem para ver o reino de Deus e almejá-lo. Cristo pode abrir os ouvidos de um homem e torná-lo desejoso de ouvir a voz de Cristo e segui-Lo por onde quer que Ele vá, pode fazer com que as mãos que antes foram instrumentos do pecado, agora o sirvam e façam a Sua vontade. Temos convivido com um falso evangelho da mídia em que curas e milagres são prometidos. Devemos, porém, compreender que o único grande e maravilhoso milagre que vigora em nossos dias é o milagre da conversão! Você já testemunhou um caso real de conversão? Entenda que tal milagre não é de forma nenhuma menor do que se você tivesse visto o nosso Senhor fazendo mudos falarem ou paralíticos andarem...

       Finalmente, a terceira questão pode ser entendida pela transbordante compaixão de Jesus. O fato de que cada um daqueles que iam até Ele eram pecadores que estavam morrendo e que cada um deles tinha uma alma que precisava ser salva deveria mover o nosso coração. Pela grande e misericordiosa compaixão de nosso Senhor vemos que a Palavra destaca para nós uma das características mais distintivas do caráter de Cristo, enquanto Ele esteve entre os homens. Sabemos que nada é registrado por acaso na Palavra de Deus. A palavra “compaixão”, sem dúvida, foi especialmente utilizada para nosso proveito e edificação. Ela deveria servir de encorajamento a todos aqueles que hesitam em dar os primeiros passos nos caminhos de Deus. Quando um homem, através da ação do Espírito Santo de Deus, tem sua mente e coração inclinados a servi-Lo, na medida em que reconhece a sua condição caída e miserável, Ele o receberá graciosamente e o perdoará, jamais se lembrando das iniquidades passadas. Como não sermos gratos tendo isso em mente? É graça! Somente a graça!

       Que nos lembremos de que o  Senhor se compadece de seu povo. Não desanimemos! A caminhada e árdua, as tentações da nossa carne e do mundo estão sempre diante de nós, mas o que nos espera é infinitamente maior do que as circunstâncias desse mundo! Que não nos esqueçamos da palavra de que diz: “as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3.22).

                                                 Ana Talitha Rosa

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