Nessa passagem encontramos a história da morte de João Batista. Vemos tanto a iniquidade do rei Herodes, como a corajosa repreensão que João lhe deu, o seu consequente encarceramento e as lamentáveis circunstâncias em que este homem foi executado. Tudo isso ficou registrado para que pudéssemos aprender que “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus santos” (Sl 116.15)
Podemos extrair duas lições da narrativa aqui tratada. Temos aqui, em primeiro lugar, o poder da consciência. O rei Herodes ouviu da “fama de Jesus”, e então disse aos que o serviam: “Este é João Batista; ele ressuscitou dos mortos e, por isso, nele operam forças miraculosas”. Herodes lembrou das maldades que tinha cometido contra aquele homem santo e o seu coração se angustiou profundamente. O seu coração lhe dizia que, embora já tivesse matado João Batista, o dia do acerto de contas ainda estava para vir.
Todos os homens possuem uma consciência natural, embora nasçamos neste mundo como criaturas decaídas, há sempre uma testemunha contra nós dentro do nosso próprio peito. Esse sentimento, sem o auxílio do Espírito Santo não pode salvar ninguém e nem mesmo conduzir-nos a Cristo. Porém, em todos os homens existe uma consciência que os acusa ou os justifica; e a Bíblia e a experiência humana são testemunhos disso: “ Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se” (Rm 2.15)
Que os ímpios não se esqueçam disso, a fim de não transgredirem contra as suas próprias consciências. Podem rir e zombar da religião por algum tempo e até dizer “Quem tem medo? Onde está a iniquidade das nossas ações?” Ai desses! Estão semeando a miséria para si e logo terão uma amarga colheita. Assim como Herodes, descobrirão o quão mau e amargo é pecar contra Deus.
Em segundo lugar, aprendemos que os filhos de Deus não devem esperar que a sua recompensa seja dada neste mundo. Reflita sobre o homem que João Batista foi e, então, pense no trágico fim que lhe sobreveio. Ele era profeta do Altíssimo e maior do que qualquer dentre os nascidos de mulher e, no entanto, foi aprisionado como um malfeitor! Se já houve no mundo algum acontecimento que desse motivo para o ignorante dizer “Que proveito há em servir a Deus?”, foi este. Essas coisas nos mostram que haverá um julgamento um dia e o nosso Senhor haverá de instaurar um tribunal e retribuirá a cada um de acordo com as suas obras. O sangue desses homens ainda será requerido e o mundo ainda saberá que existe um Deus que é Juiz de toda a terra.
Que nós jamais nos esqueçamos que o melhor ainda está por vir. Não estranhemos os sofrimentos desse mundo, lembrando-nos de que nossa vida aqui é um período de provação. Somos peregrinos! Que possamos nos consolar e nos alegrar ao lembrar que existe um descanso eterno a nossa espera e aguarda-lo com o coração tranquilo.
“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” (2Co 4.17)
Ana Talitha Rosa
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