Iniciamos essa passagem vendo a mãe de Tiago e João aproximando-se de
Jesus e lhe fazendo um pedido. Com ele, ela mostra que talvez não tinha
entendido o que nosso Senhor falara acerca dos sofrimentos, com uma
mente ambiciosa. Os seus filhos também não podiam pensar em outra coisa
além do trono de Cristo e no seu poder. Nesse pedido, havia muita fé,
mas também havia muita debilidade – aquele misto de ignorância e fé que
pode ser encontrado mesmo nos crentes mais “bem intencionados”.
Felizmente eles podiam ver em Jesus um futuro rei, porém esqueceram-se
de que ele deveria ser crucificado antes que pudesse reinar. Constatamos
aqui, uma grande verdade das Escrituras: a carne milita contra o
Espírito, sempre procurando ser glorificada antes de ser crucificada.
Será que temos nos assemelhado a esses personagens? Será que em parte
conhecemos as coisas de Deus, temos fé para seguir a Cristo e até mesmo
conhecimento suficiente para odiar o pecado e deixar o mundo e, ainda
assim, ignoramos muitas verdades do cristianismo? Será que conhecemos as
Escrituras apenas superficialmente e temos pouco discernimento da
mesma? Se conhecemos alguém assim, devemos o tratar de maneira gentil,
assim como o Senhor as recebeu para si. Não devemos considerá-las como
ímpias, somente por ignorância. Lembremo-nos de que pode haver uma fé
verdadeira no coração de tais pessoas. Sejamos humildes para agir com
misericórdia para com esses, encaminhando-os para o caminho correto.
Vemos nessa passagem também a reprovação com que o nosso Senhor
responde ao pedido da mulher de Zebedeu e seus dois filhos. Eles pediram
para participar da recompensa de seu Senhor, mas não haviam considerado
que primeiro teriam de ser participantes dos Seus sofrimentos.
Esqueceram-se de que para estar em pé, com Cristo, na glória,
precisariam beber do seu cálice e serem batizados em seus sofrimentos.
Só os que levarem a sua cruz, receberão a coroa!
Agora, mais uma vez, será que nós mesmos nunca caímos nesse erro?
Será que temos feito pedidos impensados e ilícitos? Muitas vezes, em
nossas orações, pedimos muitas coisas sem refletirmos sobre o que as
nossas petições envolvem... Pedimos que nossa alma seja salva e esse é
um bom pedido, sem dúvida. Mas, estamos preparados para tomar a cruz e
seguir a Cristo? Estamos dispostos a desistir do mundo por amor a
Cristo? Estamos dispostos a suportar os insultos e a zombaria desse
mundo e parecer sofrimentos em nome de Cristo? Se não estamos
preparados, Ele também poderá nos dizer: “Não sabeis o que pedis.”
A partir do verso 24, temos outras grandes lições para todos os
verdadeiros cristãos. Gostaria de ressaltar agora uma questão em
especial. Podemos aprender aqui que uma vida de auto-negação e gentileza
para com o próximo é essencial para o exercício da fé cristã. Vemos que
os padrões do mundo e os critérios de Cristo são extremamente
diferentes. Para o mundo, grande é aquele que possui mais dinheiro,
servos e poder. Entre os filhos de Deus, maior é quem faz mais por seus
semelhantes. A verdadeira grandeza não consiste em receber, mas em dar.
Não em sermos servidos, mas em servir. Tenhamos cuidado em não procurar a
falsa grandeza! Que tenhamos em mente esse ensinamento e passemos a ter
Cristo como padrão de conduta em todos os aspectos de nossas vidas.
Ana Talitha Rosa
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