sexta-feira, 18 de julho de 2014

Mateus 18.15-20

       Esse trecho nos trás lições importantíssimas a respeito de como solucionar questões de divergências entre irmãos. Se formos ofendidos por algum outro membro da igreja de Cristo, aprendemos aqui que o primeiro passo é visita-lo e “argui-lo entre ti e ele só”, na tentativa de ser corrigida a falha. Devemos nos lembrar que “a língua branda esmaga ossos” (Pv 25.15) e, seja como for, essa maneira fiel e amigável de entrar em entendimento é o curso mais provável para ganharmos de volta algum irmão que nos tenha ofendido em qualquer sentido. 

       Porém, se essa maneira de proceder não for capaz de produzir bom resultado, o segundo passo a ser dado é: “toma ainda contigo uma ou duas pessoas”, para que, através do depoimento dessas testemunhas, seja possível solucionar a questão. Talvez a consciência desse irmão seja tocada e o mesmo reconheça o seu erro e arrependa-se. Caso contrário, temos ainda o depoimento daquelas testemunhas de que fizemos tudo o que estava ao nosso alcance para que o irmão voltasse à sobriedade, tendo se recusado tanto na primeira como na segunda tentativa.

Agora, finalmente, se essa segunda tentativa também não tiver produzido o efeito esperado, a questão deve ser relatada à congregação local da qual fazemos parte, cumprindo a recomendação de Cristo. Pode ser que o coração que se mostrara inabalável na primeira e na segunda tentativa renda-se afinal através do temor do desmascaramento público. Mas, se o ofensor, ainda assim não quiser se dobrar, então o consideraremos como gentio e publicano, como alguém que preferiu desfazer-se de todos os princípios cristãos para seguir as paixões de seu próprio coração.

       Sabemos a profundeza do conhecimento de nosso Senhor a respeito da natureza humana. Coisa alguma é tão prejudicial para a causa cristã quanto desavenças entre os cristãos. Muitos problemas escandalosos poderiam ser evitados se estivéssemos mais dispostos a praticar o “entre ele e ti só”. Por causa da depravação total do homem, sempre haverá discórdias e entre nós, mas quantas dessas coisas seriam facilitadas se obedecêssemos às recomendações de Cristo. 

       Não podemos deixar de exercer a disciplina na igreja! Nosso Senhor determinou que os desacordos entre crentes que não possam ser solucionados de outra maneira, devem ser entregues à decisão da igreja local a qual aqueles irmãos pertencem. Fica evidente aqui que Ele queria que cada congregação tivesse autoridade de excluir membros desobedientes e rebeldes, para que não participem de suas atividades normais. Jesus não diz uma única palavra sobre castigos temporais ou sobre impedimentos civis. Penas de cunho espiritual são as únicas penalidades que Jesus ordenou. Mas, quando essa aplicação é feita corretamente, tal punição não pode ser considerada sem importância: “tudo o que desligardes na terra, terá sido desligado no céu”.

       Infelizmente a influência do mundo tem pesado sobre a ação de algumas igrejas quanto a esse assunto. Esse é um ponto alvo de muitos erros, algumas vezes para o lado da indiferença sonolenta e, outras vezes, para o lado de uma cega severidade. Quando devidamente exercida, a disciplina eclesiástica visa promover o bem-estar e a união da igreja. Sabemos que nunca poderemos atingir uma perfeita comunhão neste mundo, mas a pureza deve ser o nosso grande alvo. Um padrão crescentemente elevado para aqueles que desejam se tornar membro de uma igreja local, sempre será uma das melhores evidências de uma igreja próspera.

       E para concluir, no verso 20 lemos que "Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles". Esse trecho deve ser interpretado no seu contexto, no caso: de disciplina! Jesus está dizendo que se exercermos a disciplina de forma bíblica teremos a certeza de que ele estará no nosso meio como se ele estivesse tratando da questão pessoalmente! Devemos ter em mente que, como humanos, estamos propensos a erros! Entretanto se seguirmos o que a Palavra de Deus nos diz, teremos a certeza de que é o próprio Cristo disciplinando seus membros, alguns para aproveitamento... outros para condenação eterna!

                                                                      Ana Talitha Rosa

Um comentário:

  1. Gosto muito desse texto!!!! Infelizmente, como você disse, as igrejas de hoje em dia não exercem tal disciplina.... Não dão a devida importância e atenção para um fato tão complicado e delicado que é quando algum irmão precisa dessa disciplina!!! Que Deus tenha misericórdia das igrejas de hoje!!!

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