Os versículos de 45 a 56 narram a morte de Jesus Cristo e os fatos enigmáticos e simbólicos que cercaram este importante momento. Primeiramente, Mateus nos conta que houve trevas da hora sexta à hora nona, ou seja, entre 9 horas da manhã, até meio-dia, houve trevas sobre toda a terra! Os céus escureceram, o Cordeiro Santo fora crucificado, e o juízo de Deus caía sobre ele. Num período em que o sol deveria brilhar crescentemente até chegar aos seu ápice, havia trevas por toda a parte indicando que o que acontecia ali, não era a morte de um homem qualquer, mas era o sacrifício perfeito do Filho de Deus em favor dos seus eleitos.
Mateus relata que por volta da hora nona, Jesus clama em alta voz: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?". A dor que Cristo sofria era maior do que qualquer homem poderia suportar! Os sofrimentos físicos em nada poderiam se comparar ao cálice da ira divina que Jesus bebia naquele momento. Não sei explicar com exatidão como o Deus Filho sentiu-se desamparado pelo Deus Pai, mas o que sabemos com certeza é que todos os pecados dos escolhidos de Deus estavam sendo julgados em Cristo naquele momento! "Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados. Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós." Isaías 53.4-6. Alguns dos que estavam presentes ainda zombavam dele, enquanto outro buscou levar alívio dando de beber a Cristo.
E clamando mais uma vez em grande voz, Cristo entregou seu espírito! A missão do Cordeiro estava acabada. Ele se tornou um de nós, cumpriu a lei, pregou o evangelho e se entregou à morte por nossos pecados. Provavelmente muitos ali, inclusive os próprios discípulos, não entendiam totalmente o significado daquele momento. A tristeza certamente estaria presente no coração de qualquer um que tivesse sido ensinado por Cristo, porém, aquele era um momento de alegria, de vitória e de regozijo! Nossos pecados foram pagos, nossa dívida foi quitada, e sinais acompanharam a morte de Cristo para provar que aquele que morrera na cruz não era um homem qualquer.
Mateus nos diz que houve grande terremoto e as rochas fenderam-se! Uma intervenção direta de Deus no momento em que Jesus entregou seu espírito. O véu do santuário se rasgou e alguns santos levantaram de seus sepulcros que foram abertos!
O véu separava o Santo dos Santos do santuário. Só o sumo sacerdote tinha acesso ao Santo dos Santos, onde era feito o sacrifício em favor dos pecados do povo! Qualquer outra pessoa que entrasse ali, era imediatamente fulminada, pois aquele lugar representava a presença de Deus. Nem mesmo o sumo sacerdote poderia entrar ali de qualquer jeito. Ele não poderia estar em pecado ao entrar no Santo dos Santos pois seria igualmente fulminado! O véu rasgado de cima a baixo simbolizava o livre acesso ao trono de Deus e ao seu santuário celestial através da morte de Jesus Cristo. William Hendriksen diz:"pela morte de Cristo, simbolizada pelo rasgar da cortina, o caminho para o 'Santo dos Santos', isto é, o céu, é aberto a todos quantos buscam refúgio nele."
A ressurreição dos santos, além de um milagre espantoso, também apontava para uma verdade profética! Aquelas ressurreições simbolizavam a garantia de nossa ressurreição na segunda e gloriosa vinda de Cristo!
Analisando tudo que sucedeu após a morte de cristo, fica muito claro que aquele que foi morto não era um homem comum, e aqueles sinais descritos acima comprovam a majestade e a glória daquele se entregou pelos nossos pecados.
Mateus nos conta também que após esses acontecimentos o centurião e os que com ele guardavam a Jesus disseram: "Verdadeiramente este era Filho de Deus"!
Que possamos nos regozijar na morte de Cristo, lembrando-nos sempre da importância desse acontecimento com todo temor e reverência, e que possamos viver de forma a valorizar o sacrifício que Cristo fez por nós, morrendo para nossos pecados, e vivendo para a sua glória, até que ele volte e estabeleça seu reino de paz e justiça sobre toda a criação!
Lucas Quaresma
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