segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Mateus 26. 57-68

Após ser preso, Jesus foi levado à casa de Caifás, sumo sacerdote, para que fosse julgado ali pelo Sinédrio, num julgamento eclesiástico. O verso 59 nos diz que os sacerdotes, os escribas e os anciãos procuravam algum falso testemunho para que pudessem acusar Jesus, com a clara intenção de condená-lo à morte. Aqueles homens, que eram os líderes do povo judeu, que deveriam conduzir o povo espiritualmente, que deveriam apontar pra Cristo e dizer: "Eis aquele de quem nos falaram os profetas! Este é o Salvador que tanto aguardávamos! Este é o Filho de Deus, o Cordeiro Santo, que tira o pecado do mundo. Ajoelhem-se, pois, perante ele, implorando o perdão de seus pecados, para que não sejam julgados no último dia", estavam tomados de inveja pela influência que estavam perdendo sobre o povo, e estavam tão desesperados para recobrar o poder que vinham perdendo desde que Jesus iniciou seu ministério, que estavam dispostos a condenar um inocente - este, verdadeiramente inocente - à morte, através de falsas testemunhas. Mateus nos conta que apesar das muitas tentativas que fizeram, não achavam do que acusar a Jesus. Então, duas testemunhas surgem - pela lei, um homem não poderia ser condenado à morte pelo testemunho de uma pessoa apenas, daí, talvez, a dificuldade de condená-lo mesmo com tantas testemunhas falsas se apresentando - afirmando que Jesus havia dito que ele mesmo destruiria o santuário de Deus e o reedificaria em 3 dias! Dado esse testemunho, vemos o desespero em condenar a Cristo de algum crime. Primeiramente, Jesus jamais disse que ele mesmo destruiria o santuário, como vemos em João 2.19, então há uma clara distorção das palavras proferidas por Jesus. Em segundo lugar, sabemos muito bem que Jesus não se referia ao santuário físico, mas a seu próprio corpo, que seria reedificado em 3 dias, quando Cristo ressuscitasse. Jesus, mesmo incitado a fazê-lo por Caifás, não respondeu a acusação feita pelas testemunhas. Caifás, portanto, conjura a Cristo, pelo Deus vivo - como se o pedisse para dizer a verdade tendo Deus como testemunha - que diga a todo o Sinédrio se ele realmente era o Messias, o Filho do Deus vivo, ao que Jesus responde: "Tu o disseste", afirmando sim, ser ele o Cristo. E Jesus completa:"entretanto, eu vos declaro, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu". A resposta de Jesus é completa, e reivindica para si as prerrogativas exclusivas a Deus. Era exatamente o que os sacerdotes queriam! Ou Jesus era mesmo o Filho de Deus, ou estava blasfemando, e todo aquele que blasfemasse contra o nome de Deus, segundo Levíticos 24.16, deveria ser condenado á morte! Logo após a resposta de Jesus, Caifás, num ato de extremo cinismo, rasga suas vestes - ato que significava tristeza profunda, no caso, supostamente por ter ouvido o nome de Deus ser blasfemado - e exclama: "Blasfemou"! Estava acabado! O Sinédrio conseguiu uma acusação passível de morte para Jesus. Não havia mais necessidade de chamar testemunhas, eles mesmos eram testemunhas do suposto crime de blasfêmia. "Que necessidade mais temos de testemunhas? Eis que ouvistes agora a blasfêmia", disse Caifás. O veredicto veio logo em seguida: "É réu de morte".
Em seguida, uns cuspiam em seu rosto e com os rostos cobertos (Marcos 14.65) esbofeteavam a Cristo, zombando dele: "Profetiza-nos, ó Cristo, quem é que te bateu!".
Que humilhação terrível sofreu nosso Salvador! O sumo sacerdote terreno, pecador e falho, julgava e sentenciava à morte o Sumo Sacerdote celestial. O Verbo encarnado foi julgado como criminoso, foi mal-tratado e foi alvo de zombaria! Aqueles homens é que deveriam ser sentenciados à morte, por tamanha blasfêmia que cometiam contra o enviado de Deus. Mas na verdade, ao contrário do que aqueles homens pensavam, quem saía vitorioso naquele momento era Cristo! Sua missão estava chegando ao fim, e ele a cumpria de forma perfeita. O Cordeiro Santo, estava sendo entregue por Deus aos homens, e sem murmurar, aquele que controlava todo o universo se dispunha voluntariamente, em humildade, a vir ao mundo em forma de criatura, a padecer de fome e sede e de outras necessidades humanas, a morrer por seu povo, a ser condenado como criminoso, e a se fazer pecado, quando pecado algum havia nele.
Como Isaías havia predito:"não tinha aparência nem formosura, olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos agradasse. Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores, que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso."(53. 2b-3), Cristo "veio para o que era seu, e os seus não o receberam" (João 1.11).
Reflita na humilhação que Cristo sofreu, desde seu nascimento até sua morte! Reflita no amor com que ele nos amou, para se entregar a suas criaturas, e por elas ser condenado e morto como um pior do que eles. E finalmente, lembre-se de tudo isso antes de pecar! É mesmo sua vontade cometer mais pecados contra Aquele que entregou seu próprio Filho para pagá-los por você? Responda a esse imenso e infinito amor com submissão, considerando todo o sofrimento de Cristo, obedecendo à Palavra de Deus, e glorificando Àquele que pagou um alto preço pra que fôssemos libertados da escravidão do pecado.
                                                                        Lucas Quaresma

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