sexta-feira, 21 de março de 2014

Mateus 5. 4

        Essa, tal como a primeira das bem-aventuranças, destaca-se de imediato caracterizando o crente como alguém inteiramente diferente daqueles que pertencem a este mundo. De fato, essa é uma afirmação que, ao primeiro olhar, pode nos causar um pouco de espanto. Vivemos em um mundo em que a felicidade é almejada a qualquer custo. Por todos os cantos escutamos e deparamo-nos com situações que comprovam esse fato. O choro e o sofrimento jamais são vistos como algo positivo pela sociedade e, nessa passagem, nos é informado que FELIZES são aqueles que choram... O que será que isso quer dizer? O que aprendemos com isso? 

        Nessa segunda bem-aventurança vemos Cristo chamando de bem-aventurados àqueles que choram. Com isso Ele quis dar a entender aqueles que se entristecem por causa do pecado, e que também se lamentam diariamente por causa das suas próprias falhas. São esses os que se preocupam mais por causa do pecado do que por qualquer outra coisa na face da terra. A memória dessas coisas deixa-os profundamente tristes. Tal carga lhes parece intolerável! Bem-aventurados são todos os tais.

        Torna-se evidente que encontramos aqui algo inteiramente espiritual em seu significado. Nosso Senhor não disse que aqueles que choram por motivo de alguma tristeza é que são felizes, como se esse “chorar” fosse um sentimento devido à perda de algum ente querido, por exemplo. Não! Aqui é evidenciada a tristeza espiritualmente provocada. Da mesma maneira que a humildade de espírito não tem ligação com questões financeiras, visto que trata-se de uma atitude inteiramente espiritual, novamente temos aqui uma qualidade espiritual, a qual nada tem a ver com a nossa vida natural neste mundo. Todas essas bem-aventuranças referem-se a uma condição espiritual, a uma atitude espiritual.

        Que possamos, assim como nos é ensinado nesse versículo, chorar pelos nossos pecados. Que, ao pecarmos, tenhamos em mente o quão odiosos nossos atos são diante de Deus. Devemos ter sempre em mente que o pecado não é terrível por si só; ele o é na medida em que mancha a santidade de Deus. Foi pelos nossos pecados que Cristo Jesus foi enviado a esse mundo, humilhado e morto na cruz. Nada pode ser mais “espantoso” que isso: Cristo morreu por um miserável como eu e você. Não podemos nos esquecer disso jamais! A cruz nos coloca em nosso lugar e é olhando para ela que precisamos viver nesse mundo. Ainda que nossos pecados nos causem tristeza e pesar, haverá um dia em que não mais derramaremos lágrimas, porque seremos todos consolados.

        “Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17). 
                                                                                       Ana Talitha Rosa

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