Após ensinar nas sinagogas - como era costume dos mestres da Lei naquele tempo - e promover curas, Cristo vê uma multidão se aglomerar, e subindo o monte, inicia uma série de ensinos aos que estavam com ele.
Jesus inicia essa série de ensinamentos que ficou famosa como o sermão do monte, falando sobre as bem-aventuranças, e a primeira delas será tema do post de hoje.
Jesus diz: "Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus". Antes de qualquer coisa, é importante saber que o termo "humildes de espírito", no original, significa pobre de espírito. Ora, porque o reino dos céus, repleto de seus galardões e principalmente da presença do Deus vivo, seria dos pobres, miseráveis de espírito?
O tema da primeira reunião tanto das moças quanto dos rapazes foi a depravação total. Sabemos claramente que "Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer" (Salmos 14.3). Sabemos que o pecado habita em nós e que possuímos uma inclinação pecaminosa que luta contra a lei de Deus gravada em nossos corações e que por isso, merecemos a ira de Deus eternamente. Isso é ser humilde de espírito, é saber no que depender de nós mesmos, nos afastaremos cada vez mais de Deus, é saber que não merecemos sequer o dom da vida, que dirá o dom da vida eterna. É ter a certeza de que tudo de bom que produzimos é única e exclusivamente pela obra do Espírito Santo em nossas vidas. E por não haver outro modo possível de nos livrarmos da condenação eterna que não seja pelo sangue de Cristo, é que dos humildes de espírito é o reino dos céus!
Alguém que é humilde de espírito sabe que "todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniquidades, como um vento, nos arrebatam" (Isaías 64.6). O humilde de espírito é também aquele que faz coro com Davi quando este diz "quando contemplo os teus céus, obras dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste, que é o homem que dele te lembres e o filho do homem, que o visites?"(Salmos 8.3 e 4).
A humildade deve ser característica de um cidadão do reino, porque só através do reconhecimento de nosso estado de miséria e da busca por um Salvador é que podemos ser salvos. O primeiro passo para uma conversão verdadeira é nos humilharmos perante Deus, e humildemente, implorarmos por misericórdia, sabendo que nada podemos fazer para sermos salvos, dependendo total e exclusivamente da bondade do Criador!
O reino dos céus pertence a homens como Bertimeu, o “cego de Jericó”, que exclama: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim” (Marcos 10.47) e depois mais uma vez “Filho de Davi, tem misericórdia de mim” (verso 49).
Finalizando, gostaria de recomendar a leitura de Lucas 18.9-14, onde Cristo profere a parábola do fariseu e do publicano. Observem atentamente o versículo 13: “o publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador!”.
Que nossa atitude possa ser como a deste publicano, que possamos reconhecer nossa miséria e implorar pelo perdão de nosso Senhor, e que a humildade de espírito seja uma característica marcante em nós, filhos de Deus e cidadão do reino dos céus.
Lucas Quaresma
Que Deus tenha misericórdia de nós pecadores.
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